Mãe Kátia- Mam'eto Diamuganga

Desde a infância, foi criada dentro do Abassá, sem jamais imaginar que se tornaria a kutala do Abassá (herdeiro espiritual de uma casa no candomblé). Desde cedo, foi ensinada nas práticas e nos valores do Candomblé, imersa nas tradições que moldaram sua formação espiritual. Aos 20 anos, ainda grávida de sua filha, foi reverenciada por sua mãe de cabeça, Oya / Matamba, o que marcou o início de sua jornada como líder espiritual. Esse processo de transição não foi algo planejado, mas sim uma resposta ao chamado dos ancestrais e dos orixás, que a prepararam para o caminho que ela seguiria. Ao longo de sua trajetória, Mãe Kátia aprendeu a respeitar e honrar as lições de sua família espiritual, compreendendo que o legado ancestral é muito mais do que uma escolha pessoal, é uma missão de vida.

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Entre os 22 e 23 anos, iniciou formalmente sua caminhada dentro da casa de Candomblé, quando foi feita sua feitura no santo, um rito de grande significado para ela, que sempre percebeu sua jornada como desafiadora, mas de profunda conexão espiritual. Sua sucessão espiritual se deu em um momento de grande transformação, com a morte de sua avó, Mãe Caçulinha, momento no qual ela assumiu a liderança do terreiro. Durante esse período, Mãe Kátia foi sempre muito consciente da grande responsabilidade que recaiu sobre seus ombros, especialmente no cuidado com os filhos de fé, na preservação das tradições e na manutenção da comunidade espiritual que sua casa representava.

 

Sua mãe de cabeça, Oya / Matamba, desempenhou um papel fundamental nesse processo de formação, orientando-a e sustentando-a nos momentos mais desafiadores. Além disso, sua filha carnal também tem sido uma grande apoiadora em sua missão. Ao longo de sua trajetória, Mãe Kátia tem mantido a força e a unidade de sua casa, superando adversidades com o apoio constante da família espiritual e de sua comunidade. Como ela mesma afirma com sabedoria: "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima", um lema que reflete sua filosofia de vida e sua forma de liderança, sempre pautada pela resiliência e pelo compromisso com a tradição.

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Em sua jornada, Mãe Kátia enfatiza a transição espiritual e planetária que está acontecendo no momento presente. Segundo ela, estamos vivendo um tempo de renovação espiritual, um momento de transformação profunda onde muitos estão sendo chamados a se conectar com suas raízes ancestrais e a buscar uma vivência mais autêntica no Candomblé.

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Ela acredita que a verdadeira missão do sacerdote ou sacerdotisa é preservar o legado dos orixás e dos ancestrais, atender aos chamados e promover a integração espiritual com a comunidade. Mãe Kátia também observa que, para muitas pessoas, este é um período de grande desafios e questionamentos, mas que, no final, todos têm sua hora certa para entender o seu propósito espiritual.

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A mensagem central de Mãe Kátia é a importância de respeitar e reconhecer nossas origens. Ela acredita que, no Candomblé, o reconhecimento das raízes e das tradições é fundamental para a sobrevivência da cultura. "O reconhecimento das nossas origens é muito importante", afirma, pois é assim que se preserva a história viva do povo de Axé.

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Em suas palavras, ela reforça a responsabilidade de manter viva a tradição, mesmo em tempos de desafios. Para ela, ser uma líder espiritual é uma grande responsabilidade, que envolve o cuidado não só com os aspectos religiosos, mas também com a comunidade ao redor. E, para isso, a união familiar e comunitária é essencial.